quarta-feira, 21 de agosto de 2013

As 5 +: Automobilismo no Cinema

Em setembro Rush estreia no Brasil. O filme do diretor Ron Howard vai contar a história da rivalidade entre James Hunt e Nick Lauda, dois campeões da Fórmula 1. Na Internet já estão rolando vários trailers e fotos do filme e, até agora, tudo parece espetacular.

Filmes que trazem automobilismo como tema não são comuns e essa é uma carência grande dos fãs. Nesta semana, fiz um compilado de alguns filmes que vi e que utilizam o tema para contar suas histórias.

Cabem algumas observações:
_ Não vi Grand Prix, que dizem ser o clássico definitivo deste tema na telona. Por isso não está na lista.
_ Não sou crítico de cinema, apenas gosto do assunto. As análises estão muito mais ligadas ao automobilismo do que ao filme em si.

E vamos à lista:

Carros

Personagens divertidos, animação caprichada e uma boa história para contar. Carros segue a risca a cartilha da Pixar de filmes em desenho animado e não decepciona. O filme conta a história de Relâmpago McQueen, um carro de Nascar que acaba perdido e preso numa cidade às margens da Rota 66, uma semana antes da decisão do campeonato da categoria. Para sair de lá ele precisa superar sua arrogância e aprender várias lições com os moradores locais.

Não é um enredo genial, é verdade, mas Carros traça um retrato descontraído e bastante fidedigno do automobilismo norte-americano. Do clima interiorano e amistoso que permeia o ambiente das corridas, passando pela reverência do povo aos ídolos do passado e recheando tudo com situações corriqueiras e atuais, como os micos que os pilotos precisam pagar para promover as marcas que os patrocinam.

No processo o filme traz muitas curiosidades, como a homenagem explícita à lenda da Nascar, o piloto Richard Petty, ou a participação especial de Michael Schumacher, que dubla uma Ferrari no final do filme.
Infelizmente, Carros ganhou uma continuação anos depois, mas ela nem se compara ao original.




Alta Velocidade

Silvester Stallone queria muito fazer um filme sobre automobilismo. Andou perambulando pelos bastidores da Fórmula 1 na década de 90, mas percebeu que aquele ambiente fechado não permitiria que ele rodasse suas cenas. Partiu então para a Cart.

Infelizmente ele deveria ter ido para casa, já que Alta Velocidade é uma das piores porcarias já produzidas na história do cinema. No filme, Stallone é Joe Tanto, um campeão aposentado que é convidado por seu ex-chefe, interpretado por Burt Reynolds, para ajudar o jovem e talentoso Jimmy Bly a vencer o campeonato. Uma clara inspiração no campeonato da F1 de 94, quando Nigel Mansell foi chamado pela Williams para ajudar Damon Hill no final da disputa.

Até poderia ser uma boa história se o roteiro não fosse povoado por personagens patéticos e acidentes absurdos, que desafiam todas as leis da física. Há, ainda, um triângulo amoroso ridículo envolvendo dois pilotos e uma loira que a cada hora namora um e uma trama totalmente inverossímil sobre o empresário de Bly, vivido por Robert Sean Leonard, o Dr. Wilson, da série House.

Se você estiver à toa e quiser dar uma espiada neste lixo, atente-se especialmente à cena na qual dois pilotos saem pelas ruas acelerando um carro de Fórmula Indy, ou à patética tomada final, da decisão do campeonato. Nem mesmo as cenas filmadas em corridas reais salvam, já que são rápidas e cheias de cortes, sendo substituídas pelas réplicas mal feitas dos carros da categoria.




Dias de Trovão

Dias de Trovão é o típico filme americano que conta a história de um herói que, talentoso e arrogante, precisa superar vários desafios para conseguir vencer os adversários, dar a volta por cima e, claro, beijar a linda loira no fim.

Neste filme, Tom Cruise é Cole Trickle, um jovem piloto que chega à Nascar achando que vai vencer todas as corridas e acaba tropeçando nos próprios erros. E é uma pena que este seja o fio condutor da história, pois Dias de Trovão também oferece uma visão interessantíssima sobre os bastidores da categoria americana, mostrando como funcionam as negociações entre equipes e patrocinadores, e a maneira como essas negociatas chegam aos pilotos em forma de pressão. Destaque para a belíssima cena na qual o personagem de Robert Duvall constrói o carro que será usado por Trickle.

Com várias cenas filmadas em corridas de verdade, Dias de Trovão acaba sendo um passatempo interessante, embora tivesse potencial para ser muito mais que isso. Mas vale a conferida.




Se meu Fusca Falasse
Acho que não existe nenhuma pessoa que não tenha se emocionado com a história do simpático fusquinha Herbie que, descoberto numa revenda de carros usados, acaba construindo uma linda história de amizade com seu dono.

Lançado na década de 60, “Se meu Fusca Falasse” faz uma homenagem às populares corridas de carreteiras da época, com muito bom humor e descontração. O carro acabou se tornando maior que o filme e que todos os seus personagens. Ganhou continuações como “O Fusca enamorado” que passou algumas vezes na Sessão da Tarde e também uma versão moderninha com Lindsay Lohan de protagonista. Não vi nenhuma das duas, então não sei se são tão boas.

O fato é que até hoje, em encontros de carros antigos, é possível ver fusquinhas pintados com o lendário #53, que Herbie usava nas corridas que disputava pelas estradas norte americanas.




Senna

Lançado em 2010, o documentário “Senna” é uma verdadeira pérola para os amantes do automobilismo. Acompanhando a trajetória de Ayrton Senna desde o Kart, o documentário, produzido pelo inglês Asif Kapadia mostra detalhes da carreira do brasileiro sem transformá-lo numa espécie de Jesus Cristo na Terra, como estamos acostumados a ver na Rede Globo.

Recheado de imagens interessantíssimas dos bastidores, o documentário mostra como a rivalidade entre Senna e Prost se deu dentro e fora da pista, com o francês tentando desestabilizar o brasileiro. Também é interessante acompanhar a forma como se davam as reuniões entre pilotos antes das provas e a maneira como Senna reagia às determinações com as quais não concordava, frequentemente esbravejando e deixando a sala antes do fim do encontro.

Mas, além da politicagem, o filme também mostra o talento incomparável de Senna na pista e o clima de tensão que cercou o fim de semana do GP de San Marino, que acabaria resultando na morte do brasileiro e de Roland Ratzenberger.

De quebra, é possível ver cenas raríssimas, como aquela do acidente de Ratzenberger feita a partir da câmera de um espectador que eu, pelo menos, nunca tinha visto. “Senna” é um documentário para ver e guardar para mostrar para os filhos.








2 comentários:

Ron Groo disse...

Senna não deveria estar na mesma lista que Carros, Days of Thunder e os outros.
Não é ficção.
Dos de ficção, sem dúvida, o do Stallone é o mais bizarro de todos.
Não acho ruim, mas é estranho pra caramba.

Bruno Aleixo disse...

Nossa, eu acho muuuuuuuuito ruim! De dar vergonha!